Por Luciano Piantonni (Rock Brigade) Quem viu o Metallica recentemente, em um dos shows da Wolrd Magnetic Tour, que passou pelo Brasil,em janeiro passado, deve ter percebido que a banda – se juntarmos as duas noites de SP , ou de outras cidades em que eles se apresentem por duas noites seguidas – deu um grande destaque ás músicas de seu segundo álbum, Ride The Lightning, como Creeping Death, For Whon The Bells Tolls, Fade To Black, Fight Fire With Fire e a faixa título, Ride The Lightning – deixando de fora apenas Trapped Under Ice, Escape e a brilhante instrumental The Call Of Ktulu. Na verdade deveriam homenagear esse brilhante álbum, tocando-o na integra, como quando fizeram o mesmo com Master Of Puppets, em 2006 (na ocasião, completando vinte anos), já que em 2009, Ride The Lightning completou 25 anos. Em 1984, o Metallica vinha de uma enorme repercussão com seu álbum de estréia, Kill’Em All (1983), era um dos nomes mais cotados e precisava lançar algo que os consolidasse de vez no cenário thrash – que crescia dia após dia. E em seu segundo álbum, lançado em 27 de julho de Gravado entre setembro de 1983 e junho de 1984, nos estúdios Sweet Silence, em Copenhagen, na Dinamarca, é impossível dizer que a banda tenha falhado em uma das oito faixas que compõem esse trabalho. Tudo é impecável! Ride The Lightning como sugeria o título, era uma gíria usada entre os presidiários, que eram sentenciados a pena de morte (“viaje num raio”) tanto, que na capa, está uma cadeira elétrica, em meio á raios. Apesar de ser mais cadenciada que a primeira, trazia uma pegada que se tornaria característica no som do Metalllica. Mais uma faixa brilhante! For Whon The Bell Tolls, começa com um sino de arrepiar, e traz no inicio, um de solo de baixo, feito pelo brilhante Cliff Burton, que desde o inicio se mostrava um baixista muito acima da média, muito á frente de seu tempo – é até hoje uma das mais queridas nos shows do quarteto de São Francisco. "Por quem os sinos dobram" é sobre o romance Hemmingway Earnest, que era uma grande influência para Cliff Burton. Geralmente, quando terminam essa música nos shows, James sempre diz: “God Bless Cliff Burton!”, pois nenhuma canção o definiria melhor , como “Bellz” como é hoje, carinhosamente chamada pela banda. O lado “A”do vinil (como foi originalmente lançado) se encerra com a belíssima Fade To Black, uma semi balada maravilhosa (algo inimaginável para o gênero thrash!), música cheia de personalidade, hit assumido, que sutilmente, descambava para o peso, até encerrar num final incrível com duetos de guitarra e um lindo solo de Kirk Hammett. Uma das mudanças significativas O lado “B” se inicia com a porrada de Trapped Under Ice. Mais riffs matadores e uma cozinha infernal, entre o batera Lars Ulrich (que despontava com um dos melhores da época) e o já citado Cliff, no baixo. Escape vinha á seguir e não deixava a peteca cair. Essa música foi raramente executada ao vivo. Estranho, uma vez que é perfeita! (seu inicio é lindo!). Um dos maiores clássicos do Metallica, em todos os tempos, vem na sequência: Creeping Death, música que teve seu embrião criado por Kirk Hammett em seus tempos de Exodus, mas que para a sorte do Metallica, foi descartada pela banda vizinha. Quem nunca cantou o poderoso “Die!” dessa música? Não é pra menos, já que ela abre os shows do Metallica já há um bom tempo. Na fase Load/Reload, era o que mantinha o nível da banda nos palcos. A música fala sobre a décima praga que visitou o Egito na história de Moisés e os 10 Mandamentos. O disco se encerrava com o épico instrumental The Call Of Ktullu, excelente música, no melhor estilo Iron Maiden, que foi re-apresentada no disco e DVD S&M,(1999) – depois disso a banda repetiria a fórmula em Orion (Master Of Puppets) e To Live Is To Die (...And Justice For All). Essa “sinfonia metálica” de nove minutos mostrava a banda em perfeita sintonia e grau elevado de inspiração. Ela foi feita baseada no conto de H.P. Lovecraft, The Call Of Cthulhu. Curiosamente, Outra curiosidade é que ao lançarem o EP (single) de Creeping Death, a banda daria inicio a “saga dos Garage Days”, coverizando Am I Evil? (Diamond Head) e Blitzkrieg (Blitzkrieg). O importante é que um quarto de século depois, Ride The Lightning figura soberano entre os maiores discos de thrash metal de todos os tempos. Só nos E.U.A., ultrapassa a casa de cinco milhões de álbuns vendidos, desde seu lançamento. A paixão com que esses quatro rapazes da Bay Area transmitiam através da música desse álbum, era algo sensacional e que jamais será revivido – quem viveu os tempos de seu lançamento sabe muito bem o que estou dizendo! E o melhor de tudo é que até hoje, encantam as pessoas quando tocam essas verdadeiras pérolas do metal, mundo afora! Parabéns Ride The Lightning! Metal up your ass! http://www2.rockbrigade.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=2300&Itemid=1 |
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