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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Lennon & McCartney - por Kid Vinil


Assim como aconteceu no ano passado com as remasterizações dos discos dos Beatles, e naturalmente o sucesso comercial que isso representou para os cofres da gravadora inglesa EMI, esse ano a estratégia de marketing Beatles volta à tona. Dessa vez, a gravadora resolveu homenagear os 70 anos de idade que John Lennon completaria com remasterizações de seus discos, todas autorizadas e acompanhadas por Yoko Ono.
Alguns fãs mais radicais acharam isso um absurdo, pois quem deveria autorizar qualquer mudança em sua obra seria John Lennon. O que ele pensaria sobre isso?  Será que estaria de acordo? Mesmo com a autorização de Yoko Ono, muitos fãs reclamaram, principalmente pela versão chamada de “Stripped Down” do álbum Double Fantasy, lançado em novembro de 1980, algumas semanas antes do assassinato de John, em 8 de dezembro de 1980. A nova versão desse álbum é em CD duplo, o primeiro disco traz a versão original remasterizada, o segundo traz uma versão remixada feita por Yoko Ono e pelo produtor original Jack Douglas. A diferença entre as duas gravações é que a nova versão retirou muitos dos efeitos de produção usados na década de 80. Segundo Yoko Ono, essa nova mixagem revela o coração das canções e a clareza da voz de John que foram abafados por efeitos sonoros na versão original de 1980.
Assim como Paul McCartney fez com Let It Be Naked, dos Beatles,  em 2003, aconteceu agora com Double Fantasy, de John & Yoko. Na verdade, o número de reclamações do fãs de John Lennon foi muito pouco, a maioria aprovou a nova versão e muitos acabaram redescobrindo esse disco, que ficou marcado pelo súbito assassinato o músico. Abaixo a capa de Double Fantasy.
Cada disco foi reeditado em versões remasterizadas separadamente, mas a EMI reoulveu juntá-los em uma luxuosa caixa com 11 CDs, que leva o titulo de Signature Box (abaixo). Além disso, uma coletânea  chamadaPower To The People, com CD e DVD, completa  esse pacote.
Paul McCartney, que nos visitará mais uma vez, também foi lembrado nesse pacote natalino da gravadoraEMI. Seu clássico Band On The Run, de 1973, receberá mais uma vez um tratamento de luxo. No dia 2 de novembro sai mundialmente a edição contendo 3 CDs e um DVD , mais um livro de 120 páginas. Essa é a segunda vez que esse clássico de Paul McCartney  recebe uma edição especial. No final de 1998, foi lançada uma edição dupla para comemorar o aniversário dos 25 anos do disco (veja a capa abaixo).
Dessa vez, o fã deverá desembolsar uma grana a mais, pois a tal edição de luxo vai custar 75 libras (por volta de 225 reais). A edição especial com 2 CDs e um DVD sairá por um pouco menos , 20 libras (60 reais) –veja aqui. Interessante como Band On The Run é um dos discos mais cultuados da carreira solo de Paul McCartney e que exista essa obsessão em relançá-lo tantas vezes em formatos estendidos. Essa seria uma pergunta que eu gostaria de fazer ao Paul McCartney.
Os cinco  primeiros álbuns em carreira solo de Paul McCartney são verdadeiras obras-primas. O primeiro disco, McCartney, de 1970, é de uma simplicidade que até hoje impressiona. Paul gravou num estúdio caseiro em quatro canais numa época em que todos tinham uma grande expectativa por seu primeiro disco em carreira solo pós-Beatles. O mais engraçado é que ele jogou tudo pro alto e fez o contrário, gravou um disco da forma mais nua e crua possível, e até hoje as novas gerações ouvem e amam esse disco.  Um pouco mais rebuscado, mas ainda com aquele ar caseiro num clima família e campo veio RAM, de 1971. Eu amo esse álbum, a música “Uncle Albert/Admiral Halsey” embalou minha adolescência.  Ainda em 1971 Paul lança Wild Life, com uma das capas mais simples e belas que eu já vi. Este é outro disco que resgata aquela simplicidade musical  de seu disco de estreia.
No inicio de 1973 veio  Red Rose Seepdway, com o mega sucesso “My Love”, até que no final do mesmo ano Paul lançou Band On The Run.  Acho que esses primeiros quatro discos de Paul McCartney mereciam edições especiais, como essas que foram feitas de Band On The Run, pois independente de tudo que ele criou ao longo desses anos,  acho que a essência e a pureza da obra de McCartney está nesses primeiros álbuns. São discos que não me canso de ouvir e cada vez mais aprecio canções como “Maybe I’m Amazed”, “Tomorrow”, “Some People Never Know” e “Every Night”.
Além daquela caixa da gravadora Apple, que já comentei por aqui, os cofres da gravadora EMIvão engordar um pouquinho mais com a reedição de duas coletâneas históricas dos Beatles. Os discos cobrem dois períodos da carreira do grupo, a primeira de 1962 a 1966, com o CD duplo The Red Album, e a segunda de 1967 a 1970, no CD  The Blue Album.
Essas coletâneas foram lançadas em vinil colorido na década de 70 e venderam muito naquela época. Na década de 80, foram  remasterizadas  para CD e mais uma vez  foram campeãs de vendas. Agora, aproveitando a onda das novas remasterizações dos Beatles, que começaram no ano passado com o lançamento dos discos oficiais, a gravadora decidiu fazer o mesmo com essas duas coletâneas. A princípio elas saem separadas em dois CDs duplos, com novos livretos e fotos inéditas. Para os mais fanáticos, sairá no final de novembro uma caixa especial contendo os quatro CDs e mais livreto, fotos, etc.
Pelo jeito, a memória Beatles não vai ser apagada tão facilmente da face da terra (ainda bem!). Se depender da gravadora EMI isso nunca acontecerá, pois além dos discos clássicos de Paul McCartney que eu citei, temos ainda a discografia de Ringo Star. Você já parou pra pensar numa edição especial deSentimental  Journey (1970), Beaucoup Of Blues (1970) ou Ringo (1973)? E um especial de George Harrison com discos clássicos como Dark Horse (1974) e Extra Texture (1975)? Bem, no caso de Harrison, All Things Must Pass (1970) e The Concert For Bangladesh (1971) já ganharam edições epeciais em anos anteriores, o que não anula uma possibilidade de uma mega reedição.
E tem mais, ainda existem uma série de coletâneas históricas dos Beatles para  serem exploradas . Com certeza o natal de 2011 também será regado com mais Beatles e os fãs agradecem – e ao mesmo tempo ficam falidos queimando toda sua  grana nessas reedições.

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