Imbatível
No ultimo show da temporada no Brasil, U2 mostra poucas surpresas e reafirma a grandiosidade multimídia de uma banda que se recusa a deixar o topo. Fotos (do dia 9): MRossi/Divulgação e Site Oficial (5).
Toda a banda agrupada no início do show, com a cobertura da bateria montada só em caso de chuva
Bono canta ao lado do estiloso Adam Clayton
Bono ainda está um pouco esbaforido quando apresenta os músicos – dessa vez sem as piadinhas de praxe – em “Until The End Of The World”. The Edge se supera num solo daqueles, salvando uma música nem tão boa assim. De olho na transmissão on line, Bono define o público da América do Sul como “aquele que canta para a banda, em vez de a banda cantar para o público”, não por acaso em “I Still Haven’t Found…”, a tal música que qualquer um, morto ou vivo, sabe a letra. Engatada em “Pride”, que nunca se sabe se será tocada ou não, é aí que o bicho pega. A música bem que poderia ganhar uma versão ao vivo estendida, mas o quarteto insiste na visceralidade enxuta do hit que consagrou, e a platéia vem à baixo.
O baixista evolui na passarela, no meio do público
Contrastando com tudo isso está a guitarra de The Edge, quase sempre de uma simplicidade cativante. Em “City Of Blind Lights”, ele saca o velho dedal do blues para mandar um solo de slide guitar que emociona a multidão. Antes, é Bono que demonstra boa forma ao levar às últimas conseqüências a interpretação de “Miss Sarajevo”, originalmente gravada com Luciano Pavarotti – caem por terra os boatos de que ele teria perdido a voz e o que, por isso, o show seria cancelado. Curiosamente, músicas mais recentes agradam ao público apontando para os melhores momentos da noite. Caso de “Vertigo”, que se transforma em prova de carga para o estádio, com citação a Rolling Stones, e a versão meia boca de “I’ll Go Crazy If I Don’t Go Crazy Tonight”, que leva o tímido Larry Mullen a dar seu passeio pelo palco, tocando um tamborzinho colegial.
A simplicidade comovente do guitarrista The Edge
“One”, um das mais belas músicas já escritas, abre o primeiro bis depois da tradicional fala de Desmond Tutu no telão. Para “Where The Streets have No Name”, Bono lê na colinha fixada no piso a frase “sou brasileiro e não desisto nunca”; antes, ele dedicara “Get On Your Boots” ao ex-jogador Ronaldo, que protagonizou uma campanha publicitária com este slogan. Com comecinho pré-gravado, o blockbuster “With or Without You” é a vedete do bis final, cujo encerramento vem com “Moment of Surrender” e o pedido de Bono para que todos “acendam” os celulares. A música é dedicada a todas às perdas familiares, e Bono volta a citar a tragédia de Realengo – no show de sábado, os nomes das vítimas firam exibidos no telão.
No show de domingo, o U2 bateu o recorde de faturamento que antes era dos Rolling Stones. O incansável grupo de Mick Jagger pode até fazer uma nova turnê e recuperar o posto, mas, com a “360º Tour”, o U2 prova que continua imbatível quando o assunto é inovação (musical e tecnológica) e permanência no topo do rock e da música pop. A dúvida que fica é: o que será que eles vão aprontar da próxima vez?
Visão geral do palco no momento em que o telão se desmembra e desce ao piso, encobrindo os músicos
1- Even Better Than The Real Thing
2- I Will Follow
3- Get On Your Boots
4- Magnificent
5- Mysterious Ways
6- Elevation
7- Until The End Of The World
8- I Still Haven’t Found What I’m Looking For
9- Pride (In The name Of Love)
10- The Model
11- Beautiful Day
12- Miss Sarajevo
13- Zooropa
14- City of Blinding Lights
15- Vertigo
16- I’ll Go Crazy (remix)
17- Sunday Bloody Sunday
18- Scarlet
19- Walk On
Bis
20- One
21- Where The Streets Have No Name
Bis
22- Hold Me, Thrill Me, Kiss Me, Kill Me
23- With Or Without You
24- Moment Of Surrender
http://www.rockemgeral.com.br
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