Apesar da bagaceira que se encontra a "música brasileira", João Barone se surpreende ao receber o prêmio Multishow 2011 como MELHOR INSTRUMENTISTA. Aplausos para "As baquetas mais rápidas da América Latina"... O Galo Magro merece!!!
Obrigado e "o que eu não disse"
(por João Barone)
Caramba! Esse prêmio caiu de surpresa mesmo! Eu não tinha a menor idéia de recebê-lo. Achava que era uma das categorias que foram encaminhadas para a votação do conselho do prêmio e nem pensava que se tratava de uma votação popular. No caso, acho que o pessoal do NX Zero e do Restart relaxou um pouco na votação de seus integrantes e sobrou aqui para os fãs dos Paralamas que votaram em mim... Muito obrigado galera!
Na hora de subir lá, não estava preparado e só pude me lembrar dos parceiros de banda para agradecer o prêmio, mas agora fico naquele "efeito retardado" sobre o que deveria ter dito nesta hora. Longe do velho clichê de agradecer a família, filhos, mulher, mas aproveitar a chance de falar alguma coisa que prestasse. Por exemplo, em 2002, ao receber um prêmio do Multishow, aproveitei para falar como o Rio de Janeiro estava largado pelas autoridades, como Roma que pegava fogo enquanto imperador Nero tocava sua harpa e dediquei o prêmio à memória do jornalista Tim Lopes, que fora assassinado quando fazia uma reportagem numa comunidade aqui do Rio.
Acabou que deixei de convocar todos que participaram da votação para dedicar seu tempo e ajudar numa mobilização muito mais importante pela internet: o movimento contra a corrupção que envergonha o país. Ou mesmo a ajuda humanitária para a população do Sudão, que está enfrentando o flagelo da fome em massa, em pleno Sec XXI... Pode parecer piegas mesmo, lembrar do Pelé dedicando seu milésimo gol às criancinhas, mas quem sabe isso consiga trazer mais um pouco de gente em prol de uma boa causa.
No final, eu fiquei muito feliz em receber o prêmio mas me sinto extremamente frustrado ao pensar que poderia ter convocado todo mundo presente naquela ocasião para mandar uma VAIA com toda a força para os políticos corruptos de plantão. Não que isso fosse mudar muita coisa, mas ao menos diminuiria um pouco nossa indignação. Bem, vou ficar mais esperto na próxima...
Fonte:http://osparalamas.uol.com.br/artigo-blog/obrigado-e-o-que-eu-nao-disse
João Barone recebendo o prêmio:
http://www.youtube.com/watch?v=u2qC-7MmjuU
Melhor Instrumentista: João Barone
http://multishow.globo.com/Premio-Multishow-2011/Videos/_1622078.shtml:
João Barone fala sobre a emoção de receber um prêmio:
http://multishow.globo.com/Premio-Multishow-2011/Videos/_1622095.shtml
Paulinho Oliveira, do Jota Quest, se diz emocionado por concorrer com o ídolo João Barone:
http://multishow.globo.com/Premio-Multishow-2011/Videos/_1621858.shtml
Altos e baixos do Prêmio Multishow 2011 – Por Jamari França
Como todo prêmio, cabem elogios e criticas à 18ª edição do Prêmio Multishow. As premiações de um júri especializado, em primeira adoção, contrabalançou o vox populi juvenil que vota em massa nas bandas da hora.
Assim sendo, o público consagrou Di Ferrero, do NX Zero, como melhor cantor e o júri rebateu com Marcelo Camelo, ausente para receber o microfone dourado. O apresentador Bruno Mazzeo disse que ele foi dormir cedo porque tinha que levar a Mallu Magalhães para a escola amanhã (hoje) cedo.
A melhor música pela massa foi Onde Estiver, do NX Zero, ao que o júri rebateu com Felicidade, de Marcelo Jeneci, bom compositor e cantor passável, que lançou álbum de estreia e vem se destacando em parcerias recentes, como na empolgante Borboleta, do DVD Em Cena, de Zélia Duncan, composta por ele, Zélia, Alice Ruiz e Arnaldo Antunes.
O júri consagrou a novata Tulipa Ruiz como melhor cantora enquanto o público preferiu Paula Fernandes, também premiada como melhor artista sertaneja. Num dos agradecimentos, ela se confessou feliz de ser “representante da música brasileira nesta festa”. Como assim? Os demais premiados, todos brasileiros, são o quê, Musica Popular Javanesa? A vitória de Paula como cantora quebrou a supremacia de Ana Carolina, vitoriosa todo ano desde 2006. Não que a sertaneja cante melhor que Ana, mas pelo menos deu uma variada.
Claro que a tonica do prêmio foi consagrar bandas populares. Os fãs presentes na arquibancada na parte de trás da Arena HSBC não sabiam quem eram Marcelo Jeneci e Tulipa Ruiz. No twitter vi também gente perguntando a mesma coisa. Instigar a curiosidade foi saudável por parte do júri, espera-se que muitos procurem saber quem são estes e outros desconhecidos para acrescentá-los, ou não, às suas preferências.
Dois premiados se mostraram bastante surpresos. Marcelo Jeneci disse que nem sabia que estava indicado e João Barone, dos Paralamas, também levou de melhor instrumentista no susto. Como o prêmio é de voto popular e concorriam músicos de bandas da geração atual, ele achou que não ialevar. Mas o povo bateu cabeça para ele e para os Paralamas, aplaudidos quando Bruno gritou um viva para o trio.
Os números musicais padeceram de um mal comum em encontros ensaiados às pressas. Passavam falta de segurança no que estavam fazendo. Papai Me Empresta o Carro e Formula do Amor, com Leo Jaime, Fiuk, Paula Fernandes e Di Ferrero devia ser o número rock da noite, mas foi uma mistura de jaca com caviar. As vozes se chocaram, mudaram a melodia, entraram errado, um caos. A mais interessante reuniu o grupo Cidadão Instigado com Pitty e Odair José em Uma Vida Só, do repertório dele, e Me Adora, de Pitty. A interpretação de Odair nesta última ficou muito legal, ele adaptou a música ao seu estilo romântico e deu novo significado até mesmo ao verso “Que me acha foda.”
O soulman Hyldon se juntou ao Jota Quest e a Monique Kessous em As Dores do Mundo, de Hyldon gravado pelo JQ, e Na Rua, Na Chuva, Na Fazenda. Boa performance. Jota Quest e Cidadão Instigado são boas bandas, se tivessem um vocalista de verdade melhorariam muito.
A concepção do prêmio, por Manuel Falcão, de reviver os antigos programas de auditório, funcionou muito bem. Bela cenografia kitsch, por Abel Gomes, inspirada no Cassino do Chacrinha, Silvio Santos, Sergio Malandro e Xuxa, com Bruno devidamente caracterizado e cercado de Brunettes (as Chacretes) deu dinâmica ao programa. Não foi muito longo, teve um bom texto, de Fábio Porchat, e apresentação. Tudo correu nos conformes sob a direção de Oscar Rodrigues Alves e direção musical de Alexandre Kassin.
O grande Lincoln Olivetti comandou a banda que acompanhou os cantores e cantoras, formada por Pedro Sá (guitarra), Guto Wiirti (baixo), Cesinha (bateria), Altair Martins (trompete), Sérgio Galvão (sax) e Marlon Sette (trombone).
A festa da premiação bombou como sempre num verdadeiro festival de egos. O prêmio é da música brasileira, mas tinha globais demais e músicos de menos. Na abertura, houve um clipe, inspirado no que se faz no Oscar, com efeitos digitais em que Bruno contracena com bandas da geração 80, ausentes da festa. Leo Jaime e Barone levavam a bandeira dos anos 80, Henrique Portugal, do Skank, a dos anos 90 e nada mais. Será que na festa de premiação da TV tem mais músicos que atores?
Como admirador da forma física feminina fiquei impressionado com a magreza das cantoras que foram ao palco. Apenas Ivete Sangalo mostrava “sustança”, as demais, nada. Esse povo não come não? Pra que tanta anorexia? Maria Gadu é tão magra que se pega uma ventania de banda vai parar longe. Tanta gente sem comer no Brasil e quem pode comer vive de dieta. Na festa tinha até gostosonas anônimas, mas a tônica mesmo, como sempre, era a bonfire of vanities, a fogueira das vaidades. A maioria de na
riz em pé, especialmente as mulheres, muita gente em constante movimento pelos ambientes, olhando para todos lados em busca de sabe-se lá o que. Nesses lugares sempre lembro da fala final do satã vivido por Al Pacino em Advogado do Diabo: “Vanity, my favourite sin”.
A produção da festa estava impecável. Duas pistas, de música gringa dentro e de música brasileira fora, risotos, massas, pastinhas, bebida à vontade muito disputada nos bares. Afinal, hoje é feriado e a maioria encomendou uma bela ressaca para o dia da pátria. Como não bebo e já tive minha cota de badalações nesta encarnação, enchi o bucho e me mandei.
Prêmio Multishow hoje e há 16 anos – Por Jamari França
Na próxima terça acontece a 18ª edição do Prêmio Multishow. Em 12 categorias valerá a escolha popular pela internet. Artistas com um grande fã-clube mobilizado para a votação saem vencedores, por isso a boa e tardia idéia de usar pela primeira vez um júri especializado que terá suas escolhas limitadas a cinco categorias (devia votar em tudo). Uma comparação entre a lista de concorrentes das primeiras edições e a atual mostra uma deterioração sensível do mainstream nos anos 00.
Na segunda edição, em 1995, com a escolha feita pelo telefone, os concorrentes a melhor grupo nacional eram Paralamas do Sucesso, Barão Vermelho, Cidade Negra e Skank, o vencedor. Na atual edição concorrem Restart, NX Zero, Eva, Cine, Cw7, Exaltasamba, Fresno, Strike, Hori e Skank. Maior número de concorrentes e queda expressiva de qualidade: só o Skank empunha a bandeira da boa música.
Na categoria de melhor cantor concorreram em 1995 Lulu Santos (vencedor), Djavan, Ney Matogrosso e Milton Nascimento. Claramente a vitória deum artista mais popular com o público naquele momento, porque cantar melhor que os demais Lulu não canta. Este ano são 10 candidatos, entre eles um corpo estranho, Caetano Veloso, possivelmente pelo DVD com Maria Gadu. E as "grandes estrelas" do pop nacional Fiuk, Pe Lanza, Luan Santana, Lucas Silveira, Michel Teló e Di Ferrero. Noutro patamar Seu Jorge e Dinho Ouro Preto. Perigas Pe Lanza ganhar pela enorme mobilização de seus fãs, já que a banda é cria da web.
Vamos às outras categorias. Melhor cantora nos idos de 95 eram Cássia Eller, Marina Lima, Daniela Mercury (vencedora) e Zizi Possi. Nada mal. As 10 atuais são Sandy Leah, Ivete Sangalo, Maria Gadú, Paula Fernandes, Pitty, Claudia Leitte, Ana Carolina, Wanessa, Lu Alone, Vanessa da Mata. Ana Carolina devia ser considerada hors concours, porque já é hexacampeã: levou em 2000 e, desde 2006, só dá ela. Também, com essa concorrência...
Na categoria Revelação em 95 concorreram Lenine e Suzano (pelo disco Olho de Peixe, de 1993), Zélia Duncan (pelo disco de 1994 do hit Catedral), Banda Mel (vencedora) e Paulo Miklos, dos Titãs (pelo disco solo de 1994). Este ano, revelam-se Cw7, Michel Teló, Manu Gavassi, Johnny And The Hookers, Marcelo Jeneci, Tulipa Ruiz, Monique Kessous, Luisa Maita, Emicida e Roberta Spindel. Tenho que fazer um mea culpa. Não conheço lhufas desse povo, alô you tube.
Last but no least em 95 a última categoria era de melhor clipe nacional: Cássia Eller (Malandragem), Skank (É Proibido Fumar - vencedor), Djavan (Sem Saber) e Barão Vermelho (Meus Bons Amigos). Uma seleção que dá de 10 na atual. A saber: Strike (A Tendência), Sandy Leah (Quem Eu Sou), Restart (Pra Você Lembrar - Devia ser Pra Voce Esquecer), NX Zero (Onde Estiver), Hori (Diga Que Me Quer – deixa pra lá), Pitty (Só Agora), Fresno (Eu Sei), Victor e Leo (Boa Sorte Pra Você – Pra voce também com a Xuxa, Victor), Capital Inicial (Depois da Meia Noite – tem música melhor no disco) e Só os Loucos Sabem (Charlie Brown Jr - de louco ele entende). Até terça vou fazer um esforço e ver todos.
Fonte: http://oglobo.globo.com/blogs/jamari/
Jamari França, repórter e crítico musical atuante desde o começo dos anos 70 no jornalismo carioca, é autor da Biografias Oficial dOs Paralamas do Sucesso "Vamo Bate Lata", lançada em outubro de 2003. Jamari possui ainda um blog, hospedado no Globo, onde interage com o internauta a respeito das novidades da música.
João Barone e Charles Gavin arrebentando no solo de "Cabeça Dinossauro", Juazeiro do Norte - CE, 12 de julho de 2009.
Danielle e João Barone no camarim, momentos antes do show dOs PDS em Brejo Santo - CE, 23 de janeiro de 2011.
João Barone, Bi Ribeiro e Carlos Henrique no camarim, momentos antes do show dOs PDS em Brejo Santo - CE, 23 de janeiro de 2011.
João Barone se apresentando no show dOs PDS em Brejo Santo - CE, 23 de janeiro de 2011.
Tive o privilégio de ganhar essa baqueta usada por João Barone no show dOs PDS realizado em Brejo Santo - CE, 23 de janeiro de 2011.
Divirtam-se!!!
Bruno Yacub
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