Em sua quarta edição, festival no Playcenter atraiu 20 mil pessoas.
Evento começou às 16h e terminou às 3h deste domingo (21).
Antes do Smashing Pumpkins, que se apresentou no Main Stage foi o Pavement, numa dobradinha revival dos anos 90. Quem sobrou no palco principal para assistir Stephen Malkmus e companhia era fã mesmo, dos mais apaixonados. A banda americana, veterana do cenário alternativo do país, entrou por volta das 23h30 tocando “Gold soundz”, do álbum “Crooked rain, crooked rain” (1994).
Apesar de nunca ter alcançado grande sucesso comercial, hits como “Grounded” e “Pefume-v” – ambas tocadas durante o show do sábado – fizeram a alegria de quem havia sobrado por ali. Havia mais espaço para pular ou fazer air guitar acompanhando os acordes de Malkmus e seus companheiros.
Houve também os que preferiram aproveitar o espaço para sentar e ouvir ao longe sucessos como “Cut your hair”, “Range life” e “In the mouth a desert”. Essa última apareceu numa versão bem mais pesada que a ouvida no álbum “Slanted and enchanted” (1992).
Phoenix se entrega aos braços do público
Os shows de bandas nacionais abriram a programação do Planeta Terra 2010. No palco principal, por volta das 16h, os pernambucanos do Mombojó atraíam aqueles que acabavam de passar pelos portões de entrada. Ali se apresentariam também os Novos Paulistas, enquanto no palco indie tocaram República, Hurtmold (em sua costumeira e brilhante sessão instrumental) e Holger.
A primeira atração internacional foi o americano Of Montreal. Liderado pelo afetado Kevin Barnes (além da faixa na cabeça e da pesada maquiagem, ele estava vestindo uma saia), o grupo mostrou hits de seu álbum mais recente “False priest”. O repertório incluiu “Our riotous defects” e “Sex karma”, sempre costuradas pelos gritinhos agudos e beijos de Barnes, soprados da palma da mão em direção ao público.
Em seguida, às 20h, foi a vez do cantor libanês Mika subir ao palco e mostrar seu divertido pop dançante. Com um cenário que tem um enorme mural de flores ao fundo e exibe enormes projeções de pop art em suas laterais, o artista fez a apresentação mais animada do Main Stage e pôs o público para suar.
Passada toda a histeria causada pelo Phoenix, boa parte do público migrou para o palco indie, onde o Hot Chip mostrou que é mesmo uma banda de estúdio: ao vivo, os arranjos não convencem, como deu para notar pela versão que eles tocaram de “Shake a fist” – murcha, sem o peso da original incluída em “Made in the dark”.
Antes deles, os nova-iorquinos do Yeasayer haviam passado por ali. Tocaram sua mistura de música étnica com indie-rock do bom: “Wait for the summer” e “Ambling alp” foram momentos altos.
Quem chamou a atenção ali pelo grande público foi o Empire of the Sun. Apoiados por quatro dançarinas performáticas, cujas fantasias pareciam saídas de uma instalação do artista Matthew Barney, a dupla australiana esbanjou plumas e paetês para uma plateia que parecia estar disposta a ouvir ali apenas os hits de balada “Walking on a dream” e “We are the people”.
O show dos dois é todo futurista, com projeções no telão que simulam o espaço, e o vocalista Luke Steele assume uma pose de guitar hero dentro de uma cabine de vidro – com uma espécie de cocar de ouro na cabeça, diga-se. Tudo bem engraçado, mas também cansativo depois de certo tempo.
Quem ajudou a acabar com o cansaço foi o DJ Girl Talk. Enquanto a maioria do público ouvia o Smashing Pumpkins, Gregg Gillis montou seu notebook e tocou seus famosos mashups. Conhecido pelas discotecagens animadas, ele fez jus à fama: não parou de pular um minuto, ficou sem camiseta, convidou o público a subir ao palco e contou com um ajudante que usava uma curiosa máquina de disparar papel higiênico na plateia.
Impossível pensar em uma forma mais divertida de encerrar uma festa que durou quase 12 horas.
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