O Whitesnake entrou em uma máquina do tempo antes de gravar Forevermore, seu décimo-primeiro álbum de estúdio. Porque eu digo isso? Simples: as treze faixas do disco trazem para 2011 o que de melhor o grupo de David Coverdale fez em seus primeiros álbuns. O hard embebido no blues de trabalhos como Trouble (1978), Lovehunter (1979) e Ready an' Willing (1980) dá a tônica de Forevermore, um disco que irá cair no gosto de qualquer fã do Whitesnake.
Coverdale tem como principal parceiro em Forevermore o guitarrista Doug Aldrich, no grupo desde 2003. A dupla é responsável por todas as faixas, e se mostra afiadíssima. Completam o time Reb Beach (guitarra), Michael Dewin (baixo) e Brian Ticky (bateria). Sem exageros, esse é um dos melhores line-ups da longa carreira do Whitesnake. Basta ouvir o CD para não ter dúvidas disso.
“Steal Your Heart Away” abre o play atualizando o embalo do Whitesnake do final da década de 1970 e apresentando-o para os ouvintes atuais. “All Out of Luck” traz um riff meio funkeado e David Coverdale cantando divinamente. O primeiro single, “Love Will Set You Free”, é Whitesnake safra Slide It In da melhor espécie. Um sonzão!
O álbum é uma sucessão de ótimas músicas, mostrando a solidez da atual formação. “Tell Me How” é um hard repleto de classe e bom gosto, com ótimo refrão. “I Need You (Shine a Light)” tem um grande riff temperado pela dose certa de malandragem, enquando “One of These Days” é uma ótima balada com sonoridade acústica, perfeita para pegar a estrada com o coração partido e fugir de tudo.
Além de Coverdale, que tem uma performance sensacional em todo o disco, o principal destaque de Forevermore são as guitarras de Doug Aldrich e Reb Beach. Seja nos riffs ou nos solos, a dupla rouba a cena em diversos momentos. “Love and Treat Me Right” é um exemplo disso: uma faixa baseada nos riffs das guitarras e com ótimos solos, como um bom hard rock deve ser. Além disso, “Love and Treat Me Right” tem, provavelmente, a melhor interpretação de Coverdale em todo o álbum.
“Dogs in the Street” difere um pouco das demais por ser a mais pesada do CD, com certas características que nos levam a álbuns como o clássico 1987. O hard furioso de “My Evil Ways” é outro momento que irá agradar em cheio os fãs de sons mais pesados. Já “Whipping Boy Blues” tem um groove empolgante, e é daquelas faixas que você tem vontade de deixar no repeat por um bom tempo. A bonita e épica faixa-título encerra os trabalhos deixando um gostinho de quero mais, comprovando a ótima fase do quinteto.
Forevermore me surpreendeu positivamente. Gostei muito do álbum anterior, Good to Be Bad, de 2008, mas Forevermore é ainda melhor. A escolha de trazer à tona as raízes blues do grupo foi pra lá de acertada, pois é uma das principais responsáveis por fazer o disco soar tão contagiante. Para mim, Forevermore é o melhor álbum do Whitesnake desde Slide It In (1984) e se equivale a 1987.
Exagero? Ouça e comprove!
Faixas:
1 Steal Your Heart Away 5:21
2 All Out of Luck 5:29
3 Love Will Set You Free 3:53
4 Easier Said Than Done 5:14
5 Tell Me How 4:42
6 I Need You (Shine a Light) 3:50
7 One of These Days 4:54
8 Love and Treat Me Right 4:15
9 Dogs in the Street 3:54
10 Fare Thee Well 5:19
11 Whipping Boy Blues 5:03
12 My Evil Ways 4:34
13 Forevermore 7:26
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