Por Regis Tadeu
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O quadro que você acabou de ler não tem nada a ver comigo e pode apostar, não tem a ver com uma infinidade de pessoas. Para mim, esse negócio de “só não vai atrás do trio elétrico quem já morreu” é uma babaquice inventada para tentar convencer aqueles que não se deixam enganar pelo Carnaval que é feito hoje no Brasil, um evento que nada mais é que a proliferação de uma alegria tão natural quando uma lona de barraca de pastel de feira. Mas não estou a fim de escrever sobre isto hoje para não estragar o meu bom humor, este sim um artigo genuinamente comprovado por todos que me conhecem…
O que desejo mostrar aqui é a possibilidade de irmos atrás de outros “trios elétricos”, estes sim verdadeiramente “trios” e genuinamente “elétricos”. É claro que não vou dar dicas a respeito de como curtir aberrações musicais como Chiclete com Banana, Asa de Águia e outras atrocidades. O negócio aqui é outro. Se você for esperto, curioso e inimigo da acomodação musical/cultural, certamente irá atrás dos trios elétricos que vou postar abaixo.
Não dá para falar neste tipo de formação musical sem citar alguns ícones, mas coloquei algumas composições que pouca gente conhece a respeito destas bandas. Se você não está familiarizado com o som destes caras, é uma ótima oportunidade de ver e ouvir canções que não sejam as “clássicas”.
É o caso do Rush, por exemplo, que tem uma infinidade de canções antológicas, dentre as quais a pouco e belíssima conhecida balada – se é que podemos chamá-la assim “Different Strings” .
Da mesma forma, o Cream também tinha uma sensacional pérola escondida em seu repertório, que era “Desert Cities of the Heart”.
Até mesmo Jimi Hendrix teve ótimas canções que pouca gente deu bola, como “Long Hot Summer Night”.
O mesmo vale para o inigualável Motörhead na impagável “Dead Men Tell No Tales”.
Com uma formação diferente da tradicional guitarra/baixo/bateria, certos grupos nos anos 70 elevaram o conceito de “power trio” para um outro patamar, como foi o caso do Emerson, Lake & Palmer, que tanto popularizou a música de compositores eruditos – como Aaron Copeland, que teve a sua “Hoedown” transformada de maneira espetacular pelo trio
– como também compôs coisas maravilhosas e pouco conhecidas, como a portentosa “The Endless Enigma”.
De uma forma derivativa, mas não menos brilhante, o trio Triumvirat sabia eletrificar as coisas em “The Capital of Power”
e também tinha a habilidade de suavizar seu som, como na ótima “The Sweetest Sound of Liberty”,
ambas extraídas de seu mais lendário disco, Spartacus, de 1975.
Mas tanto no passado quanto no presente existem trios elétricos fazendo um trabalho de ótima qualidade. Se antigamente tínhamos preciosidades como o inacreditável Budgie e seu ‘arrasa-quarteirão’ “Breadfan”,
a James Gang – grupo que o guitarrista Joe Walsh capitaneava antes de ingressar no Eagles – arrasando com “Funk #49”,
o Mountain, liderado pelo carismático Leslie West e seu “cartão de visitas”, “Mississipi Queen”,
o pioneiro Blue Cheer – lembra da incrível versão que os caras fizeram em 1967 de “Summertime Blues”, de Eddie Cochran (relembre)?
– e o Dust, grupo de onde veio Marky Ramone, antes conhecido como Mark Bell, e sua maravilhosa “Learning to Die”.
Hoje em dia temos trios para todos os bons gostos, como o King’s X e sua excelente “Pray”
e o The Brew.
Se você pensa que o próprio Brasil nunca produziu “trios elétricos”, está enganado. Como esquecer a lendária Patrulha do Espaço em “Columbia
e do novo Pata de Elefante?
É lógico que eu poderia escrever até a quarta-feira de Cinzas ininterruptamente para colocar aqui a infinidade de “trios elétricos” maravilhosos que toda a pessoa que despreza o Carnaval poderia seguir, mas isto seria uma tarefa hercúlea, da qual eu abro mão nestes dias de descanso. Por isto, recomendo que você aproveite as “folgas de Momo” e pesquise seus próprios trios. E não deixe de colocar as suas recomendações aí embaixo, no espaço destinado aos comentários. Afinal de contas, “só não vai atrás do trio elétrico quem já morreu”, certo?
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