E, apenas uma semana após o grupo liderado por Will.I.Am., os irlandeses dos Cranberries aportam no Siará Hall. Eles farão um único show amanhã (23), como parte de turnê internacional que marca o retorno após sete anos em que o quarteto esteve afastado. O último disco de Mike Hogan (baixo), Noel Hogan (guitarra), Fergal Lawler (bateria) e Dolores Mary O’Riordan (voz) foi Wake up and smell the coffe, de 2001. Dois anos depois, eles decidiram dar um tempo na banda para cuidarem de projetos pessoais. Sempre recebidos de forma bastante calorosa pelo público, esta será a segunda vez que eles tocam no Brasil após o retorno das atividades do grupo, e a primeira vez em Fortaleza durante os seus pouco mais de 20 anos de carreira.
Em pouco mais de um ano, outras atrações internacionais como Alanis Morissette, Air Supply, A-Ha, Charles Aznavour, Alpha Blondy, Dionne Warwick, The Stylistics e o lendário Chuck Berry, foram alguns dos nomes que já passaram por Fortaleza. Isso sem contar com a presença frequente do grande Billy Paul ou dos nomes do jazz e do blues que já se apresentaram em shows e festivais por aqui. Sejam estrelas do jazz ou do rock, não é só o público que tem se mostrado animado com esse circuito. “É um reflexo do Brasil inteiro e nós estamos absorvendo isso devagarinho. Fortaleza começou a entrar na roda desses eventos”, atesta João Carlos Parente, da D&E Entretenimento. Ele lembra que na primeira vez que trouxe os noruegueses do A-Ha a Fortaleza, no início da década de 90, havia um clima de incredulidade e chegaram a pensar que não passava de um playback.
João Carlos não tem dúvidas que a cidade tem estrutura suficiente para entrar no roteiro das grandes atrações internacionais. “O que se viu no BEP foi o melhor. Eles ficaram impressionados com o que conseguimos fazer. Hoje nós estamos excelentes em produção”. Ainda assim ele aponta que ainda é difícil encontrar espaço nas agendas. “Esses artistas vem com datas disponíveis para fazer América Latina, não só o Brasil. Então, pra conseguir esticar uma turnê dessas pra cá é difícil”.
Para o diretor de produção da Freelancer, Washington Espanhol, esse é um caminho sem volta. “Ta na hora de entender que o Nordeste também é forte. Eu acredito que agora pelo menos uma cidade do Nordeste vai ser incluída nas grandes turnês”. No entanto ele assume que ainda é difícil conseguir patrocínio e cita como exemplo que o show do BEP em Recife levantou R$ 700 mil em patrocínio. “Nós ainda estamos sofrendo um pouco com isso”. Washigton concorda que tecnicamente o Brasil e o Ceará estão preparados para realizar estes eventos e lembra que o show do Iron Maiden, realizado no ano passado em Recife usando equipamento nacional de som e luz. “Não é preconceito. Esse circuito demorou pra chegar aqui porque o roteiro era esse mesmo. O Chile e a Argentina recebem shows internacionais há muito mais tempo que nós”. E alerta que é preciso saber escolher as atrações que se adéquam a cada local. “Chuck Berry não deu certo de público em Fortaleza, mas em Porto Alegre lotou. É uma coisa cultural”.
Rafael Moura, gerente de produção da Empire Records, já aponta Fortaleza como o ponto do Nordeste para shows internacionais. Com o trabalho mais voltado para o rock, ele que já foi responsável pela vinda de Motorhead (Inglaterra), Halloween (Alemanha), Bad Religion e NOFX (EUA), e lembra que nunca passou vexame com a venda de ingressos. “São bandas sempre com um público garantido e sempre vem muita gente de outras cidades”.
Um tema sempre polêmico em relação aos shows, principalmente internacionais, é o preço dos ingressos. Perguntado se Fortaleza poderia receber outras grandes produções como Paul McCartney ou Madonna, João Carlos tem dúvidas sobre se o público estaria disposto a pagar um ingresso tão caro para ver esses ídolos. “Cidades grandes já conseguem trabalhar com tickets altos”. Rafael concorda e diz que fica receoso quando vê que precisa aumentar o valor do ingresso, mas até isso pode mudar. “Shows grandes vão abrindo portas e o público vai vendo que aqui tem shows maiores. As pessoas vão vendo que vale a pena pagar pelo espetáculo”. E, importante, todos os entrevistados confirmaram que têm novidades reservadas para 2011. Agora é só esperar.
SERVIÇO
THE CRANBERRIES - Show com a banda irlandesa neste sábado (23), às 22h30, no Siará Hall (Av. Washington Soares, 3199 – bairro Edson Queiroz)
Ingressos: Pista: R$ 120 (inteira); Pista premium (4º lote): R$ 260 (inteira); Camarote 1º piso: R$ 220; Camarote 2º piso: R$ 180. Estudantes pagam meia entrada. À venda no Siará Hall, por telefone (4003 5588) e pelo site www.ticketsforfun.com.br. Pagamentos em dinheiro ou cartão (com exceção do Hipercard) Outras
informações: 3278.8400
Set list do show do Cranberries
>Analyse
>How
>Animal instinct
>Dreaming my dreams
>Linger
>Ode to my family
>Wanted
>Just my imagination
>Desperate Andy
>When you’re gone
>Daffodil lament
>I Can’t be with you
>Waltzing back
>Electric Blue
>Free
>Salvation
>Ridiculous Thoughts
>Zombie
Bis
>Shattered
>Astral projection
>Promises
>Dreams
E-MAIS
Próximos shows internacionais
>ABBA Show – 20/11 no Mucuripe Club
>Marky Ramone – 6/11 no festival Ponto.CE (Centro Dragão do Mar)
>Pennywise – 2/12 na Barraca Biruta
Marcos Sampaio
marcossamapaio@opovo.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário