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Anfitrião da noite, o guitarrista Artur Menezes recebeu diversos convidados no palco, caso do gaitista Diogo Farias (ao fundo): show marcou retorno do projeto Casa do Blues FOTO: VIVIANE PINHEIRO |
Artur Menezes comandou a primeira edição da Casa do Blues, depois de quase um ano, dando sinais da existência de um público fiel ao gênero, que demanda mais espaços em Fortaleza
Depois de um longo e tenebroso inverno, os aquecedores da Casa do Blues voltaram a esquentar na noite de sábado. E muito! A atração era Artur Menezes, que reuniu um grande número de fãs, lotando o Mercado Joaquim Távora, depois de quase um ano desde a última edição em dezembro de 2009. "Essa foi a edição que teve mais gente", disse Leonardo Vasconcelos, tecladista da Blues Label e presidente da Casa do Blues, que subiu ao palco várias vezes.
E parecia mesmo, porque nem as mesas e cadeiras, colocadas ali pelos permissionários do mercado, foram suficientes para dar conta do público, que a todo instante chegava em maior número. A certa altura, os mais educados decidiram sentar no chão bem próximo ao palco, enquanto outros "nem aí" pra quem estava nas mesas, ficavam em pé mesmo. Lá pelas tantas, já não tinha mais essa de sentar. O público, em pé, se aglomerou na frente do palco e, cantando junto, animou os músicos.
O clima era de muita expectativa. Para compensar a meia hora de atraso (por causa de uns ajustes no som), o show seguiu ininterrupto. O sobe e desce de convidados deu o tom dinâmico da apresentação, com direito até à surpresa da noite. Artur desceu do palco e entregou a guitarra, em mãos, para o violonista Cainã Cavalcante, que estava na primeira fila e não recusou o convite. A "palhinha" foi pequena, mas o suficiente para causar uma forte reação no público, contagiado. Fora ele, o guitarrista Felipe Cazaux, destaque da cena blueseira cearense, deu show.
Outros que também participaram da apresentação foram o gaitista Diogo Farias, da De Blues em Quando; o guitarrista Roberto Lessa, da Blues Label; Victor Fontenele, que toca nas bandas Zeppelin-Blues, Sabbatage e Hard-Volts; Cláudio, da Puro Malte; e Marcelo Pinheiro, da Renegados. Na formação principal, Artur foi acompanhado por Lucas Ribeiro (baixo) e P.H. Barcellos (bateria).
Repertório
Com o blues na proposta, o show também deu espaço pro rock. No finalzinho, Artur anunciou uma homenagem às eleições, para um voto consciente no dia seguinte: "Revolution", dos Beatles. Além das composições de sua autoria, do disco "Early to Marry", o show teve direito a uma versão de "The way you make me feel", de Michael Jackson. Felipe Cazaux, em outro momento, pedia a participação do público: "Tá muito fraco. O que é que vocês querem ouvir? Jimmy Hendrix tá mais alto desse lado, hein?".
Para o público, durante o show, Leonardo deu boas notícias. O Casa do Blues agora se transfere para a Zug Choperia,sempre às quintas, às 21 horas. Mas a informação não ressoava em definitivo. Além de pedir apoio para a continuação do Casa do Blues, falou no desejo de que termine o impasse com a Prefeitura, que patrocinou o projeto em 2009.
Além da satisfação dos permissionários do mercado, que abriram as portas especialmente para a volta do projeto, também rolou empolgação por parte do público. Artur pediu aplausos para a performance da dançarina Sílvia Moura, que se arrastava pelo chão, na frente do palco, e arrancava ora risinhos ora as palmas da plateia. Fortaleza gosta e muito do blues. Fortaleza quer cultura na praça.
SÍRIA MAPURUNGAREPÓRTER
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